terça-feira, 24 de abril de 2012




















<A certa altura do dia prometi-me a mim mesma que não era hoje o dia em que te fazia um mini testamento que no fim iria dizer o quanto te amava, prometi que não ia recontar cada pormenor do nosso passado, cada virgula do nosso presente, cada ponto do nosso futuro. E achei a palavra chave. « prometer » .



 A história que nós construímos foi feita de promessas, ambos estamos ligados por promessas que dizemos que nunca serão rompidas, estamos comprometidos por mais e mais promessas que nos unem a meio de dias eternos de saudade, promessas que nos tornam os maiores cúmplices de um amor sem fim, promessas que ditas na noite mais chuvosa, onde oiço as gotas caírem sobre o meu telhado como se outro alguém tivesse a chorar para além de mim, me satisfazem a vulgar vontade interminável de receber um beijo teu, promessas que ao serem sussurradas a um telefonema me fazem sentir-te a agarrar me na mão, e eu sussurro depois no silêncio do meu quarto um 'amo-te' que ainda espero que oiças e agarres contra o teu peito. Mas cada vez as promessas se tornam mais importantes, cada vez vejo mais as promessas como a única maneira de sentir que ainda me amas, vejo as promessas como um limite da emoção onde se encontra a falésia de um sentimento vulgarmente copiado e julgado nos olhares dos outros, vejo as promessas como um 'sempre' que gritas-te na solidão do teu ser. Dantes eu acordava ia a correr para a casa de banho e perguntava ao espelho 'para quem é que eu estou a viver?', não obtinha resposta, baixava a cabeça e com as lágrimas nos olhos fazia um sorriso mentindo e aquele dia tornava-se mais um dia igual aos outros. Depois, apareces-te tu e perguntaste-me 'hey eu vivo para ti, e tu vives para mim?'. Foi aí que o mundo deixou de girar, o tempo parou como nos filmes de príncipes e princesas, e eu parei também, sentei-me no chão admirei-te mais uma vez e pensei que , afinal eu vivo para alguém, eu vivo para ti . Mas hoje, acordei de novo e fui a correr para o espelho, e perguntei  'para quem é que eu estou a viver?', deixei de obter a tal resposta, e agora pergunto, afinal quem és tu que dizias viver para mim ?>

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